quinta-feira, 21 de abril de 2011

Chiquititas !

Chiquititas é uma telenovela argentina criada por Cris Morena e exibida pela rede argentina Telefe, em 1995. É um dos primeiros grandes sucessos infantis dos anos 90 e que ganhou versões no Brasil, México, Portugal e Romênia, onde nos dois últimos países, estão produzindo a nova versão da trama produzido originalmente na Argentina em 2006.
Em 1997, o SBT realizava uma parceria inédita com a rede Telefe e durante cinco temporadas exibiu a versão nacional da novela. A trama nacional era gravada em Buenos Aires, com atores brasileiros e rendeu ótimos índices de audiência e "merchandising" na época. Já em 1998, foi a vez do México realizar a sua versão, também gravada na capital argentina e exibida pela TV Azteca, mas não obteve um resultado aceitável e encerrou ainda na primeira temporada.
Em 2001, após várias brigas entre a criadora e a Telefe, a trama passou a ser exibida aos domingos e a sétima temporada chegou a ter apenas 10 capítulos. Como resultado, para se "despedir" do público, foi criado um programa chamado Chiquititas de Oro, onde premiava-se os atores que fizeram a história da novela durante sete temporadas. Cris Morena saiu da emissora e no ano seguinte criou a sua produtora independente: a Cris Morena Group.
Cinco anos depois da empresária ter "feito as pazes" com a emissora argentina, ambos decidiram retomar o antigo sucesso produzindo uma nova versão da trama que projetou Cris Morena para o mundo.
De 20 de agosto de 2007 a 18 de janeiro de 2008 o SBT exibiu a sexta temporada produzida na Argentina em 2000. Esta seria a continuação da novela, se a versão brasileira tivesse durado até a sétima e última temporada, produzida em 2001. O SBT também transmitiu a oitava temporada da versão original, do dia 17 de março à 18 de agosto de 2008.

Índice

[esconder]

[editar] História

[editar] Primeira temporada (1995)

[editar] Sinopse

Logo que Gabriela dá a luz, seu pai Ramiro Morán seqüestrou a sua pequena neta porque não podia permitir que sua filha seja mãe solteira. Deste modo cria o orfanato "Rincón de Luz" para que a pequena Milena viva como órfã. Assim, durante anos, crianças da rua chegaram à casa formando uma grande família. Nesta casa cheio de sonhos e esperanças, cada uma das meninas, guiadas por Milena (Mili, como a chamam suas companheiras) viveram milhares de aventuras e desventuras, cheias de amor, amizade e diversão. Mas nem tudo será felicidade e alegria, já que Gynette, a diretora da casa, fará todo o possível para ficar com o lar, e assim vingar-se de seu namorado, o dono do orfanato. O toque mágico da história chega com Belém, uma jovem que trabalha em uma das fábricas dos Morán para pagar seus estudos de assistente social. Ela é quem encherá de amor e alegria a vida das meninas. Na casa conhecerá Martín, o filho mais velho da família Morán, um economista que viveu durante muitos anos em Londres e que voltou a Argentina por questões de trabalho. Entre eles nascerá uma doce relação mas deverão enfrentar as intrigas de Ramiro para serem felizes.

[editar] Elenco

[editar] Segunda temporada (1996)

[editar] Sinopse

Com a morte de Ramiro, todos os bens da família Morán ficam nas mãos de Carmen. Deste modo e abusando de sua autoridade, seu único objetivo será fechar definitivamente o orfanato “Rincón de Luz” e manter oculto o segredo que seu irmão guardou durante anos: a verdadeira identidade de Mili. Enquanto Carmen trata de todos os meios cumprir com o seu objetivo, as crianças se agitam com a chegada dos meninos Mosca, Corcho, Guile, Santiago e Roña: começam os namorinhos e aventuras das meninas e meninos. Então começa uma nova vida para Belén logo da partida de Martín até Londres. Não é só nomeada a nova diretora do “Rincón de Luz” como também começará uma relação de amor com Facundo, o médico da casa. Quando tudo parece encaminhar-se, a chegada de Andy ao orfanato bota em perigo o casamento de Belén, já que ela deverá decidir-se por um de seus dois pretendentes.

[editar] Terceira temporada (1997)

[editar] Sinopse

Carmen cumpriu seu objetivo, e com a venda da casa, Belén e os meninos vão em busca de um lugar para formar o novo “Rincón de Luz”. Por esse motivo, recebem ajuda do misterioso Pedro Veja, quem lhes dá sua velha casa para fundar ali a nova casa. Neste lugar, bastante estranho e perigoso, se encontraram com Elena, uma senhora misteriosa e de muito mau caráter. No novo bairro, os meninos conheceram novos amigos e vizinhos. Suas vidas mudaram quando tiveram que deixar a infância para aprender a difícil tarefa de crescer. Cada um deles experimenta o primeiro beijo, a emoção, os sonhos e a amizade sobre todas as coisas. A relação de Belén e Facundo se verá prejudicada com a aparição de Andrea, a ex-namorada de Facundo, e com a chegada do inescrupuloso Alejo Méndez Ayala. Por sua parte, ao ver que Gabriela e Mili sigam juntas, Carmen as seguirá de perto, cuidando para que nunca conheça o segredo. Mas seus esforços se tornam inúteis e finalmente a verdade aparecerá.

[editar] Quarta temporada (1998)

[editar] Sinopse

Chegam mais crianças no orfanato, que fica maior e ganha uma nova sede. Mili descobre a verdade sobre seu passado e conhece Gabriela, sua mãe. Jime vai com sua nova família até a selva, mas ela se perde do resto de seus parentes, que acabam mortos, e é salva por um menino selvagem chamado Yago, que passou a infância na selva até a morte do pai, e a garota o ensina a viver na sociedade quando chegam ao orfanato. Alejo passa a gostar de Sol e se passa por Manuel, seu irmão gêmeo. Várias crianças acham seus parentes: Georgina conhece sua irmã, Corcho reve sua avó, Jime descobre que Mosca é seu irmão por parte de pai, e chega ao lar uma nova ama, Matilde, uma mulher muito inescrupulosa, muito malvada. Roña se apaixona por Lúcia e, depois de anos presa pela sua avó Elena, ela descobre um novo mundo através do seu novo amigo. Apesar das brigas, Pato e o seu vizinho Barra se apaixonam, mas tem 3 dias para expressarem seu amor, pois o menino irá embora com sua família para Portugal. Belen fica noiva de Alejo,mas conhece Facundo Brausen,vindo da Europa e assim,a jovem fica dividida entre seus doia amores.mais um ano de sonhos,aventuras e descobertas de Chiquititas!

[editar] Elenco

[editar] Participação Especial

[editar] Quinta temporada (1999)

[editar] Sinopse

Juan Maza é um pai viúvo e milionário com seus 8 filhos entre 6 e 17 anos: Mariano, Inés, Tiago, Javier, Luisana, Cristián, Juana e Agustín, todos caprichosos, rebeldes e quase esquecidos pelo pai armargurado, que vê o reflexo da esposa falecida nas crianças. Deve cuidar de Candela, Facundo e Rosana, seus 3 sobrinhos que ficaram órfãos. Juan os traz para viverem em sua casa com sua namorada Pía, uma mulher mandona e de sociedade ao que só interessa o material e as aparências. Ela traz consigo uma menina, sua filha Natália, de 6 anos, uma menininha malcriada e raivosa. Pía deve cuidar das crianças, mas a mulher detesta-os e só aparenta cuidar deles para conseguir casar-se com Juan e assim ficar com seu dinheiro. Acompanha Pía, Elsa que se converte na malvada zeladora das crianças revoltadas. A mulher é inflexível, mas há algo que pode com ela, os doces e chocolates. Juan tem um pai, Joaquin, a quem renega e se envergonha, contudo Joaquin é um homem nobre e generoso, vive junto a casa de Juan em um celeiro. No meio do celeiro tem uma árvore muito grande que está ‘doente’. Por várias situações vão chegando a granja de Don Joaquin uma turma especial: Felipe, Camila, Bautista, Matías, Fernanda, Hernán, Tóia, Maria e Sebastián, que são alguns meninos da rua que fugiram de um orfanato, que aos poucos vão se acomodando naquela granja e que enchem de felicidade o ancião. Na vida dos Maza e seus vizinhos chega Ana. Ana viaja em um globo aerostática, desde o céu vê aquela árvore enorme e doente, e decide baixar na terra para curá-la. Com má pontaria, ela aterrissa no parque da casa de Juan, onde ele e Pía estavam festejando seu casamento e destrói o bolo de casamento. Ana chegou para ficar, ia viver na granja com os meninos de rua e o velho Joaquin. A mulher não só é bela mas também mística, pode saber das pessoas e de suas almas através dos olhos, sente um profundo amor pela natureza, seus sentimentos são puros e sempre está cheia de alegria e entusiasmo. Transmite seu otimismo e o saber apreciar as pequenas e belas coisas da vida.

[editar] Elenco

[editar] Sexta temporada (2000)

Ver página anexa: Chiquititas 2000

[editar] Sinopse

Depois de terem perdido tudo, só resta as chiquititas e chiquititos a esperança de encontrar um lugar no mundo onde sejam felizes. Guiados por uma estrela mágica, chegam ao Cantinho de Luz e, ainda que sua aparência é agora muito diferente, o lar mantém sua essência. Ali os garotos encontram um novo mundo e conhecem Luz, Enzo e outros vizinhos, quem sem sabê-lo, convivem com uma estranha presença que os acompanha desde as sombras: o fantasma de Rafael Sander. Enquanto enfrentam o maravilhoso e difícil desafio de crescer, os garotos deverão desvendar o estranho mistério que rodeia o lar. Desta maneira descobrem o amor, a última desilusão, a amizade, a alegria, o pranto e o medo à liberdade, ao mesmo tempo em que tentam sobreviver num mundo que parece ter-se esquecido deles. Longe da proteção da instituição, devem inventar um universo próprio do qual são responsáveis e cuja sobrevivência depende da união e a solidariedade que há entre eles. Desta estranha convivência rodeada de magia, humor e aventuras, ninguém sairá da mesma maneira que chegou.

[editar] Elenco

  • Romina Gaetani ............. Luz Liñares (Carolina Correia)
  • Patricia Sosa ................ Paula Casani/ Alessandra Casan
  • Pablo Oliva................. Pablo Rojas (Angelo)
  • Pablo Lizazo................. Enzo Miranda
  • Camila Bordonaba ........... Camila Bustillo (Fran)
  • Felipe Colombo........ Felipe Mejía (Samuca)
  • Luisana Lopilato............. Luisana Maza (Bel)
  • Nadia Di Cello............... Maria Rincón Fernandéz (Bruna)
  • Sebastián Francini....... Sebastián Mansilla (Fabricio)
  • Benjamín Rojas............. Bautista Arce (Zeca)
  • Natália Melcon............ Natália Pacheco Acevedo (Tatlita)
  • Agustín Sierra.............. Agustin Maza (Bento)
  • Federico Barón............ Federico "Fede/Once" Martínez (Ruivo)
  • Phillipe Caillon.............. Tomás Rojas (Gabo)
  • Nicolás Feal................. Gastón (Julio)
  • Candela Gribodo......... Olívia Casani (Mariana)
  • Nahuel Picone.............. Nahuel Bustamante (Claudio)
  • Eliana González........... Zoé (Mel)
  • Brian Vainberg.........Tok (Tok)
  • Milagros Flores .......... Juana "Juanita" Maza (Hanne)
  • Cristián Belgrano.......... Cristián "Titán" Maza (Mauricio)
  • Iván Espeche........... Rafael Sander/ Andrés Ferrala / El Fantasma (Felipe Mandez Ayala)
  • Axel Marazzi........... Gonzalo Bustamante (Jose)
  • Gustavo Guillén........ Francisco López Pardo (Chico)
  • Irene Almus............. Chiche Bustamante (Aneli)
  • Bernardita Flores...... Bernardita Herrera (Gabizinha)

[editar] Sétima temporada (2001)

[editar] Sinopse

Ainda não vai ser nada fácil que volte a reinar a calma e a felicidade que alguma vez reinou no “Rincón de Luz”. Porque? Porque Luz e Rafael não estão e, para piorar, chega na casa uma nova diretora. Trata-se de uma pessoa fria, calculista, muito dura e inflexível. Fora isso, chegam 3 novos ‘internos’: Martin, Francisco e Julieta. Martin é uma pessoa violenta que, quando se acabam as palavras, ele parte para briga. Francisco é seu amigo incondicional e vai se juntar a ele para fazer a vida ficar impossível para os demais. Julieta, super ‘creída e buchona’, tratará de competir com Natalia. A sorte de Maria, que mudou, será diferente: eka descobrirá a magia do primeiro amor. Enquanto Felipe e Batista lutam para escapar do trabalho que deu Paula, a nova diretora que tenta apoderar-se do lugar. Por sorte, aparece em cena a um personagem muito especial: Mili, ela volta com a esperança oculta de fazer felizes os meninos. Claro que não será uma tarefa simples. Mili tratará de que a diretora não descubra suas verdadeiras intenções. Então, vai entrar na casa fingindo ser uma zeladora inflexível. Graças a magia de Belén, a quem leva dentro de seu coração, dará batalhas as injustiças da nova diretora. Mili quer cumprir com o destino que sempre teve destinado: ser o anjo guardião dos sonhos dos meninos. Uma batalha igual de árdua terão que livrar Felipe e Batista, que finalmente conseguem regressar a casa acompanhados por uma amiga: Miki. Mas isso não é tudo, porque no final desse conflito representa o início de outro: Batista, que perdeu a memória em um acidente, está apaixonado por sua nova amiga. E que por vez, Miki ama Felipe e lhe fez a promessa de estar sempre ao seu lado mas... o que acontecerá com Camila? E com Luciana? Assim é, começamos outro ano. Uma nova história com a magia de sempre.

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[editar] Oitava Temporada (2006)

Ver página anexa: Chiquititas 2006

[editar] Sinopse

Magali Garcia após terminar o ensino médio, decobriu que estava grávida e resolveu contar ao pai Víctor Garcia, que estava mais preocupado com o nome da família do que com a filha e o que ela queria então a mandou para um campo distante, onde Magali deu á luz. Uma empregada ganha dinheiro de Vítor para roubar o filho de Magali e o deixar na porta de qualquer orfanato. O plano de Vítor é bem-sucedido. Porém, a empregada se arrepende da maldade e revela a verdade para Magali, mas não lhe dá o endereço do orfanato, nem lhe diz se Magali deu á luz um menino ou uma menina. Oito anos depois, Magali é uma bem-sucedida empresária que comanda a empresa de maçãs "Auto Vale Sociedade Anônima". Víctor está casado com Bárbara. Ás escondidas e com a ajuda de sua secretária e melhor amiga Lúcia, Magali procura por seu filho em todos os orfanatos do país. Ela, então, se fantasia de Lili, uma mulher maluca e divertida, que arruma emprego de governanta no Orfanato Demont, cujos diretores são Pierre e Julieta Demont, perversos e sem escrúpulos, que junto com seus filhos Marcel e Talita formam uma família aristocrata falida. Todos os membros da família têm muita pose, nenhum escrúpulo e ninguém se importa com as crianças do orfanato. Terezinha é a cruel zeladora dos órfãos, e causa pavor nas crianças, os maltratando e os castigando severamente por qualquer motivo. Já Kili, o bonito e simpático cozinheiro do lar dos órfãos, é muito querido pelas crianças por sempre livrar-lhes das maldades de Terezinha. Lili logo conquista as crianças com suas trapalhadas e maluquices, e ela vai impor muitas confusões para todos os personagens da história e viverá mágicas aventuras com as crianças. Lili e Kili se apaixonam, mas existem muitos obstáculos em seu caminho: Connie, a ex-namorada de Kili disposta a se vingar dele, e Matheus, o pretendete de Magali, a verdadeira face da doidinha Lili. Mosquito, um dos órfãos, ama Augusta (Guta) que também gosta dele, porém a melhor amiga de garota, Miki, é apaixonada por ele, e o medroso Josep gosta de Guta. E as investigações de Lili não param: os pequenos e encantadores Nando, Luana e Anita são fortes suspeitos de serem o filho perdido de Lili. Essa temporada reúne romance, humor, drama, vilania, aventuras, mistério e diversão na medida certa.

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Protagonistas:
Antagonistas principais:
Com:


segunda-feira, 28 de março de 2011

Golllllllllllllllllllllllllllll do Rogérioooooo

Close dos pés de Ceni (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Desses pés saíram 100 gols do São Paulo

Ceni exclusivo: 'Treinei 15 mil faltas antes de arriscar a primeira num jogo'

Por Marcelo Prado e Zé Gonzalez São Paulo
Os pés e as mãos de Rogério Ceni, duas armas mortais (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Pés e mãos: as armas mortais do são-paulino Rogério Ceni (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Quando Rogério Ceni bateu a sua primeira falta em um jogo de futebol, em 1997, muita gente pode ter achado que o goleiro estava metendo os pés pelas mãos. Hoje, 14 anos depois e com 100 gols marcados, todos têm certeza que ele é craque seja com os pés, seja com as mãos.
Quando estava perto da marca centenária, o capitão tricolor concedeu uma entrevista exclusiva ao Globoesporte.com no Centro de Treinamento da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista. Num papo de quase 40 minutos, o goleiro falou do seu lado artilheiro. Rogério é grato até hoje aos técnicos que o incentivaram – principalmente Telê Santana, que o fazia chegar mais cedo aos treinos, e Muricy Ramalho, que lhe deu carta branca para bater uma falta numa partida – e até a quem o proibiu – Mário Sérgio foi o único que não deixou.
CONFIRA A PÁGINA ESPECIAL 'ROGÉRIO CENI 100'
Durante a conversa, Ceni cita um número impressionante. Antes de executar sua primeira cobrança num jogo, ele tinha treinado muito. Mas muito mesmo...
- Eu chegava sempre antes dos demais e era o último a ir embora. Treinei muito. Eram de 2.500  a 3 mil faltas por mês. Antes de colocar em prática num jogo, treinei mais de 15 mil faltas nesses campos aqui - fala, apontado para os três gramados do CT.
Acompanhe abaixo os principais trechos da entrevista. E clique nos vídeos para assistir também.
GLOBOESPORTE.COM: Como surgiu a vontade de bater falta?
ROGÉRIO CENI:
Em 1996, o São Paulo não fazia gols de falta. Eu falava pro Zetti bater, mas ele não queria. Aí disse pra ele que eu ainda iria fazer um gol de falta pelo São Paulo ou por outro lugar. E comecei a treinar. Em 97, quando o Muricy (Ramalho) me liberou para tentar as cobranças, fiquei feliz. Achava que não sairia da fase de treinamentos, e ele me possibilitou bater nos jogos.

Quantas cobranças em média você treinava?
No início eu batia entre 2.500 e 3 mil faltas por mês nos treinos. Antes da minha primeira cobrança em um jogo cheguei a cobrar 15 mil nos treinamentos.

Você fez gol de pênalti, de falta, até de bola rolando. Qual o gol que não fez e gostaria ter feito?
Teve um lance em que a bola passou muito perto, em um jogo contra o Paysandu, no Brasileiro. Eu chuto, ela vai na barreira, volta, e pego de voleio. Ia entrar, mas ela resvala em um adversário e sai. Seria um gol diferente. Lógico que eu queria ter feito um driblando todo mundo, mas nunca vai acontecer.
Ceni com folhagens ao fundo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Rogério ainda tem contrato com o São Paulo até o fim de 2012  (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Faz falta não ter marcado um gol pela Seleção Brasileira?
De maneira nenhuma. Nada me faz falta na Seleção. Foi um momemto bacana que vivi, não tão intensamente como no São Paulo, mas foi legal, conheci muita gente, aprendi muita coisa, vi como tudo funciona. Bati uma falta contra a Colômbia (em 2000), mas o zagueiro tirou na linha. Na cobrança, brinquei com o Rivaldo, que estava na bola comigo. Pedi: "deixa pra mim essa aí, você já está consagrado". Mas o zagueiro acabou tirando.
O que você leva em consideração quando bate uma falta?
O principal é a distância da barreira. Se o juiz a mantém na distância certa, dá para saber como arriscar. O número de jogadores nela também influencia. A cobrança muda se está chovendo ou está seco. Depende do vento, se ele contra preciso calcular a força.

Costuma estudar o goleiro adversário antes dos jogos?
Não estudo tanto, mas se a falta é mais longe, daquelas que eu não bato, eu presto atenção na movimentação do goleiro, se ele sai antes ou não, se toma gols no canto. Há uma porção de fatores que, naqueles dez segundos entre a armação da barreira, o apito do juiz e a batida, você desenvolve de forma automática: vê distância, vento, altura, posicionamento, gramado, chuva...

Você leva alguma vantagem por ser goleiro? Pois sabe como a bola chega para seu adversário...
O pênalti é muito mais calma e tranquilidade. Não pode haver ansiedade, isso conta muito mais do que a parte técnica. Tem goleiro que vai para um lado e para o outro. Você tenta induzir ao erro. Enfrenta um, tenta induzir, ele erra o canto, e na próxima vez aparece o jogo psicológico: ele acreditar que você vai repetir, ele tentar imaginar o que você fará.
GALERIA: confira fotos do dia da entrevista com o Globoesporte.com
O que te falta na carreira?
Não falta nada até hoje, mas amanhã faltará. A partir de amanhã preciso mostrar que posso ganhar, ser campeão, vencer o próximo jogo, o próximo campeonato. Se eu achar que tudo está bom as coisas não progridem mais. Quanto mais você conquistar, melhor. Não estou satisfeito com o que fiz, quero mais, quero ganhar o próximo.
close nos olhos de Rogério Ceni (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Como capitão, Ceni fala olho no olho com os companheiros (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Te incomoda quando há alguém no grupo que não tem essa postura?
Incomoda a todos. O futebol hoje é diferente. Há muito apego a quanto o atleta custou, quanto pode render ao ser vendido. Hoje se passa muito a mão na cabeça. O que manda no futebol é a parte financeira. Você tem que fazer de conta que não vê e tentar contornar. Antigamente as coisas eram mais resolvidas entre jogador e treinador, mas hoje não. Há todo um processo, o clube não pode ter perda. Mas a maioria dos profissionais atualmente é dedicada, de chegar na hora certa, é difícil ter aquele que atrasa ou falta ao treino. Antigamente isso ocorria mais e era natural, a pressão hoje é maior.
Quais foram os técnicos mais importantes na sua carreira?
Não sei quantos técnicos tive. Devo muito ao Telê, que é um mito no São Paulo pelos títulos e pela pessoa que era: um cara sério, duro, mas justo. Aí veio o Darío Pereyra, o Muricy, que depois voltou e foi um baita cara vencedor. Tive o Levir Culpi que adorava, o Nelsinho (Batista) foi fantástico, me ajudou muito, o Paulo (César Carpegiani), o Vadão, o Oswaldo de Oliveira... O São Paulo sempre contrata caras de bom caráter, como o Paulo Autuori e o Leão, que era mais duro, mas era o nome certo para aquele momento.

Chilavert já batia faltas, mas depois de você surgiram outros goleiros-artilheiros. Sente orgulho do legado?
Eu nunca tinha visto o Chilavert fazer gol de falta. Na década de 90 não tinha canal fechado de TV, era difícil ver Campeonato Argentino. O primeiro gol dele que eu vi foi na decisão da Libertadores em 94. Foi a primeira vez e não foi por isso que comecei. Comecei porque gostava. Mas hoje eu vejo que alguns batem e fico feliz. Não é uma necessidade para se tornar um grande goleiro. Mas é um ingrediente legal. O futebol é um jogo, um espetáculo, os torcedores vão pra ver coisas bacanas, vão pra ver o diferente.
Equipe do Globoesporte.com entrevista Ceni no CT do São Paulo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Rogério fala com a equipe do Globoesporte.com
Pode dar conselhos aos goleiros que decidirem seguir seu caminho?
Os do São Paulo observam mais. Às vezes antes de eles pedirem eu levanto e falo "a bola tem que rodar desse jeito". Mas cada um tem um estilo. O Leo (Leonardo) é o que bate mais semelhante ao meu jeito. Sei que lá em Cotia os meninos da base também treinam cobranças.

Tem algum goleiro que não tomou gol seu, mas você gostaria de ter feito?
Não penso no outro. Faço o gol pelo meu time e não por demérito ao adversário. Não quero dizer que sou melhor que ninguém.
Sofrer gol de outro goleiro é um desmerecimento?
Não, desde que não seja falha minha. O goleiro é um goleiro. O Chilavert bateu várias faltas em mim, mas fez um gol de pênalti em um 3 a 3 entre São Paulo x Velez na Argentina. Durante os 90 minutos foi o único que sofri, e foi uma pancada forte. Esperei, mas não peguei.

Rola provocação dos goleiros quando você vai arriscar um gol?
Eles brincam e dizem "pô, vai fazer gol em mim?" ou "chuta pra fora". Mas provocação nunca teve. Nunca tentaram fazer nada.

Toda vez que você vai tentar uma cobrança no campo do adversário sabe que corre o risco de ser surpreendido, o que já aconteceu duas vezes. Era um risco calculado?
Sim. O gol do Roger (São Paulo 4 x 3 Fluminense, pelo Rio-São Paulo de 2002) foi ilegal porque tínhamos quatro jogadores em posição irregular: três no círculo central e outro no campo deles. Não seria um gol. O França estava na bola, mas ficou desatento. Foi até bom porque foi um jogaço: fiz o 4 a 2, ele fez 4 a 3. Para a beleza do espetáculo foi um gol bacana, que gostei de tomar. Naquele dia o Gustavo Nery me deu uma gravata na hora da comemoração e eu não conseguia voltar pro gol. No jogo contra o Santos (São Paulo 1 x 2 Santos, pelo Brasileirão de 2005) o lance se originou em uma falta mal batida., que foi na barreira e voltou no Cicinho. Mas como veio forte ele não conseguiu dominar e ela escapou. Ai o Fabão recuou demais. O posicionamento correto seria ir no combate, aí já estaria antes da linha do meio-campo. Era para interpretar a regra com frieza. Se ele vai no cara, faz falta ou obriga o mesmo a tocar a bola para outro, que estaria impedido.
Em quem você se espelhou pra repor a bola com precisão?
No meu primeiro ano trabalhei com o Gilmar (Rinaldi), que estava no último ano dele. Ele tinha uma  reposição muito boa. O Alexandre, que faleceu em 92, tinha ótima reposição, e fui aprendendo. O Zetti estava aqui também. Todos treinavam diariamente, um repunha pro outro. Quando eu comecei, achei que jamais acertaria um cara a 50 metros de distância. Fui repetindo, e hoje é um movimento natural e os goleiros já começam uma jogada na reposição. Antes era só aquele balão pro alto.

No dia 7 de setembro você vai completar 21 anos de São Paulo e sabe o peso que isso tem para a torcida. É o último romântico do futebol?
Não me sinto assim, mas, se pra mim é importante estar aqui, imagino que pro torcedor, que é apaixonado pelo clube, também seja. A torcida brasileira sofre de uma carência relativamente grande de ídolos, apesar de o Brasil estar com a moeda fortalecida e trazendo gente de volta. Mas eu acho que é uma marca relativamente impressionante pelo tempo e pelo número de jogos. Eu me machuquei pouco, fiquei poucas partidas fora. Isso é legal pro torcedor. Aquele mais velho, que viveu as décadas de 50 e 60, sabia de cor os 11 titulares do time, que raramente mudava. Mas hoje não é assim. É um orgulho para o torcedor ter esse apego e essa identificação com determinados atletas.

O Raí diz que você é o maior ídolo da historia do São Paulo. Concorda?
O São Paulo é um clube com mais de 70 anos, e cada jogador foi importante para a sua época. Talvez uma pessoa de 80 anos possa ter outros ídolos como referência. Mas acho que faço parte de uma fatia de jogadores que são especiais no clube. O Raí é um deles. Para mim, ele é o maior jogador da década de 90 no São Paulo. Aí vamos buscar Pedro Rocha, Roberto Dias, Careca, cada época tem os seus. Não me considero o maior ídolo. Sempre via o Raí e pensava: "como vai ser quando ele parar?" e "teremos outro Raí?" Ele parou, e nós conseguimos ganhar Mundial, Libertadores e Brasileiro. Cada um tem seu tempo. Eu vou ficar marcado na memória do torcedor por essa ultima década, esses últimos dez ou 15 anos. Mas seria impossível responder quem é o maior. É muito abrangente. Faço parte de uma galeria de ídolos que escreveram a história do clube.
Aos 38 anos, a carreira está chegando ao fim. Está preparado?
Jogo mais quatro ou cinco anos, e aí tudo acaba (risos). Eu procuro não pensar. Sei que deveria, mas hoje prefiro viver dia após dia, ver se consigo fazer o São Paulo vencedor. Não quero viver hoje o que vai acontecer daqui a dois anos. Vai ser um momento muito complicado, é uma vida toda nessa profissão. Não é que vou mudar de empresa, eu vou mudar o que escolhi para a minha vida. Espero estar preparado e entender da melhor maneira possível. Mas acordar o dia seguinte vai ser uma experiência difícil.

Hino do São Paulo ...


 

Hinos de Futebol

Salve o tricolor paulista
Amado clube brasileiro
Tu és forte, tu és grande
Dentre os grandes és o primeiro
Ó tricolor
Clube bem amado
As tuas glórias
Vêm do passado
São teus guias brasileiros
Que te amam eternamente
De são paulo tens o nome
Que ostentas dignamente
São paulo clube querido
Tu tens o nosso amor
Teu nome e tuas glórias
Têm honra e resplendor
Tuas cores gloriosas
Despertam amor febril
Pela terra bandeirante:
Honra e glória do brasil
Trazes glórias luminosas
Do paulistano imortal
Da floresta também trazes
Um brilho tradicional

domingo, 27 de março de 2011

São Paulo

São Paulo

Sao paulo fc.png
Nome São Paulo Futebol Clube
Alcunhas Tricolor
Clube da Fé
O Mais Querido
Maior do Mundo
Tricolor Paulista
Tricolor do Morumbi
Torcedor São-paulino
Tricolor
Mascote São Paulo de Tarso
Fundação 25 de janeiro de 1930 (81 anos)
Refundado em 16 de dezembro de 1935 (75 anos)
Estádio Morumbi
Capacidade 73 501
Localização São Paulo - SP, Brasil
Presidente Brasil Juvenal Juvêncio
Treinador Brasil Paulo César Carpeggiani
Patrocinador Brasil Banco BMG Itália Tim
Material esportivo Reino Unido Reebok
Competição São Paulo Campeonato Paulista
Flag of Brazil.svg Campeonato Brasileiro
Flag of Brazil.svg Copa do Brasil
Flags of the Union of South American Nations.gif Copa Sul-Americana
São Paulo A1 2011
Brasil A 2011
Brasil CB 2011
Flags of the Union of South American Nations.gif SA 2011
Em Andamento
Em Maio
Em Andamento
Em Agosto
São Paulo A1 2010
Brasil A 2010
Flags of the Union of South American Nations.gif CL 2010
4º colocado
9º colocado
3º colocado
São Paulo A1 2009
Brasil A 2009
Flags of the Union of South American Nations.gif CL 2009
4º colocado
3º colocado
5º colocado
Ranking nacional 5.º colocado, 2049 pontos.
Website saopaulofc.net
Kit left arm.png Kit body spfc10h.png Kit right arm.png
Kit shorts.png
Kit socks spfc10h.png
Uniforme
titular
Kit left arm spfc10a.png Kit body spfc10a.png Kit right arm spfc10a.png
Kit shorts.png
Kit socks.png
Uniforme
alternativo
editar
O São Paulo Futebol Clube (conhecido apenas por São Paulo e cujo acrônimo é SPFC) é uma associação esportiva brasileira. Fundado em 1930, e refundado em 1935 após um breve período de inatividade, é um dos principais clubes esportivos do país e do mundo. Possui alguma tradição em outros esportes que não o futebol — sua principal modalidade e única profissional —, tais como o atletismo e o boxe.
É o clube mais bem sucedido do futebol brasileiro.[1] Conquistou vinte e dois campeonatos estaduais, seis Campeonatos Brasileiros, três Libertadores e três Mundiais.
De acordo com a empresa Crowe Horwath RCS, a marca do clube é a terceira de maior valor no Brasil, ultrapassando os 550 milhões de reais e ficando muito próximo ao Flamengo (com 568 milhões) e ao Corinthians (com 563 milhões). Essa posição foi obtida graças a um incremento de 234% em bilheteria e 93% no marketing, além de possuir o Estádio do Morumbi.[2][3]
No âmbito nacional, o São Paulo Futebol Clube só deixa de estar na primeira colocação no ranking da CBF, onde aparece em quinto.[4] Já pelas classificações da revista Placar,[5] Folha de São Paulo[6][7] e RSSSF[8] ele aparece sempre em primeiro.
O Tricolor do Morumbi, como é conhecido popularmente, também é um dos maiores clubes do mundo ocupando a sexta colocação segundo a Folha de São Paulo.[9][10] Pelo ranking da CONMEBOL, o clube é o primeiro entre os brasileiros[11][12] e o sétimo em toda a América Latina.[12] Já para a IFFHS, órgão de estatística reconhecido pela FIFA[13][14] e que produz mensalmente um ranking de clubes, o Tricolor Paulista, outro nome pelo qual é conhecido, é o 27.º melhor clube atualmente[15] e o 18.º melhor de todos os tempos,[n.b. 1] sendo o primeiro entre os clubes brasileiros.[16]
Em 18 de outubro de 2006 foi sancionada na cidade de São Paulo a lei n.º 14 229 de 11 de outubro do mesmo ano e cujo projeto de lei era de n.º 648 de 2005 onde fica definido que no dia 16 de dezembro de cada ano será comemorado o "Dia Tricolor", homenageando, dessa maneira, a data de refundação do clube.[17][18]

Índice

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História

Placas das fundações do clube em 1930 e 1935 expostas no memorial Luiz Cássio dos Santos Werneck. (Imagem: tales.ebner)
No dia 26 de janeiro de 1930 foi assinada a ata de fundação do São Paulo da Floresta, nascido da união entre a Associação Atlética das Palmeiras e o Club Athlético Paulistano ficando como data magna do clube o dia 25 de janeiro de 1930, dia e mês em que foi fundada a cidade de São Paulo. Conservando as tradições do passado, o uniforme do novo clube estamparia as faixas vermelhas e pretas em homenagem aos dois clubes fundadores.[19]
Jogadores do primeiro título ganho pelo clube, o Paulista de 1931.
Como conquistas, o Tricolor Paulista venceu o Campeonato Paulista de 1931 em seu segundo ano de existência, e conseguiu sagrar-se vice em 1930, 1932, 1933 e 1934. Foi também vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1933. Portanto, o Tricolor Paulista, clube recém fundado, estava no topo do futebol local, um fato extraordinário, mas nem tanto se levadas em considerações suas origens vencedoras.[19][20]
O São Paulo comprou, então, uma nova sede, suntuosa, localizada na Rua Conselheiro Crispiniano (no centro da cidade), um pequeno palácio conhecido como "Trocadero", ao custo de 190 contos de réis.[20] Essa dívida era grande para a época, porém o clube, detentor de um campo como o da Floresta e um quadro de jogadores que valia muito, não se deixava abalar por isso. Porém alguns dirigentes do clube, que andavam descontentes com os rumos do futebol no país, resolveram fundir-se com o Clube de Regatas Tietê e acabar com o departamento de futebol. Outro grupo, favorável a continuidade do clube, e liderados pelo doutor Paulo Sampaio foram à Justiça e, no dia 23 de abril de 1935, impugnaram o direito da diretoria fundir o clube com o Tietê sem que a opinião dos sócios fosse ouvida.[21]
Os sócios obtiveram ganho de causa mesmo após a defesa da diretoria do clube. A diretoria não teve outra saída senão convocar uma assembleia geral. Porém o artigo 2.º dos estatutos do clube á época dizia que somente os "sócios fundadores", considerados "proprietários" do clube e que somavam 200, poderiam compor a assembleia. Como a maioria deles era ligado à diretoria a fusão foi aprovada no dia 14 de maio de 1935.[21] Nesse dia, e debaixo de chuva, o departamento de futebol foi oficialmente extinto e desfiliado da APEA.[19] Com a fusão, a parte administrativa foi fundida ao Clube de Regatas Tietê que incorporou todos os patrimônios físicos e que, em troca, quitaria os créditos do clube e não poderia usar as cores, uniformes e símbolos do São Paulo. Surgia assim o Tietê-São Paulo.[19]
Plantel do clube após a refundação.
Após a fusão com o C.R. Tietê, alguns antigos sócios do Tricolor Paulista, inconformados com tudo o que ocorrera, decidiram restabelecer o clube, surgindo assim no dia 4 de junho de 1935 o Clube Atlético São Paulo. E no dia 16 de dezembro de 1935 ressurgiria o São Paulo Futebol Clube que, depois de tantos empecilhos e ressurreições, ganhou o apelido de "Clube da Fé" do jornalista Thomaz Mazzoni.[19][20][22]
O São Paulo Futebol Clube recebeu o título de "O Mais Querido" durante o período da ditadura Vargas, no qual eram proibidas as ostentações das bandeiras estaduais. Na ocasião da inauguração do Estádio do Pacaembu em 27 de abril de 1940, o Tricolor Paulista entrou ostentando o nome e as cores do time que são as mesmas do estado de São Paulo. O estádio inteiro e os locutores de todas as rádios, revoltados com a censura, driblaram-na aplaudindo de pé o time que carrega até hoje as cores vermelho, preto e branco.[19]
Estádio do Pacaembu, onde o clube conquistou o apelido de "O Mais Querido". (Imagem: Heitor Carvalho Jorge)
No dia seguinte, o jornal A Gazeta Esportiva estampava em sua capa a manchete "O Clube Mais Querido da Cidade". Passado mais um tempo, o DEIP — Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda — promoveu um concurso público entre torcedores de todas as agremiações da época. Com Corinthians e Palestra Itália sendo favoritos — pois possuíam as maiores torcidas —, o vencedor acabou sendo o São Paulo com 5 523 votos, mais que a soma de votos dos seus dois principais concorrentes. Até hoje o slogan "O Mais Querido" figura entre os impressos de correspondência do clube.[19]
Leônidas da Silva junto com outro ídolo tricolor, Friedenreich.
Porém foi somente em 1942 que tudo mudou para o clube com a contratação mais cara do futebol da época: Leônidas da Silva. Ele fora contratado para que o clube conquistasse seu segundo título paulista.[19] E deu certo! Na reunião que definiria o calendário do Paulista de 1943 na sede da Federação Paulista um dirigente do Corinthians disse que o encontro não era necessário pois, ao lançar uma moeda ao ar, o campeão seria definido: se desse cara o campeão seria o Corinthians e se desse coroa, o Palmeiras — antigo Palestra Itália. Ao ser questionado sobre o São Paulo pelo representante tricolor, o dirigente respondeu que se a moeda parasse em pé o campeão seria o São Paulo e se parasse no ar seria a Portuguesa.[23] Realmente até aquele momento o Tricolor era tratado com um time mediano que não rivalizava com os rivais supracitados. Dessa maneira se iniciou o campeonato, com o São Paulo disposto a quebrar a hegemonia de Corinthians e Palmeiras. Até que no último jogo, contra o Palmeiras, o São Paulo segura um empate sem gols e fatura o título do ano em que a moeda caiu em pé.[19] Por conta dessa conquista o então Grêmio são-paulino fez uma marcha à noite com um carro alegórico que continha uma moeda em pé somente para ir buscar a Taça dos Invictos no prédio de A Gazeta Esportiva.[24]
A partir daí o Tricolor do Morumbi conquistou cinco títulos na década de 1940, com o Paulista de 1943, os bicampeonatos do Paulista de 1945/Paulista de 1946 e Paulista de 1948/Paulista de 1949.[19][25]
Vista aérea do estádio do Morumbi e de parte do distrito que o abriga. (Imagem: fotosedm)
Em 1950 o craque do clube, Leônidas, se aposentou[25] e junto a isso começou a tomar força um movimento para a construção de um estádio. Com isso o clube sanou suas dívidas e partiu em busca de um terreno para a construção.[26] Após o terreno na área do que é hoje o bairro do Jardim Leonor, na região do Morumbi, a pedra fundamental foi lançada e em 1953 teve início a construção com o futebol sendo relegado a segundo plano.[19] Mesmo assim, o clube conquistou os Paulistas 1953 e 1957.
Em 1960 o estádio Cícero Pompeu de Toledo foi parcialmente inaugurado de modo a aumentar a arrecadação do clube.[19] Com todos os esforços sendo desviados para o estádio ainda inacabado, o clube ficou o período entre 1957 e 1970 sem conquistar títulos oficiais. Somente após a inauguração total, em 1970, é que vieram os títulos com os Paulistas de 1970, 1971 e 1975 e o inédito Campeonato Brasileiro de 1977. Houve ainda os vice-campeonatos do Brasileiro de 1971, Brasileiro de 1973 e da Libertadores de 1974.[25]
Telê Santana, técnico que conquistou dois Mundiais e duas Libertadores no São Paulo. (Imagem: tales.ebner)
A década de 1980 se inicia com o bicampeonato paulista de 1980 e 1981 e em 1984 o time forma os chamados Menudos do Morumbi com a liderança do técnico Cilinho, em alusão à banda porto-riquenha Menudo, com vários jogadores vindos da base, entre eles, Müller. Com esse time o clube conquista o bicampeonato brasileiro em 1986 e os Paulistas de 1985 e 1987. Já sem os "Menudos", o clube conquista o Paulista de 1989.[19]
Em 1990 o São Paulo começa mal e coube a Telê Santana recuperar o time.[19] Já em 1991 o time conquista o Paulista de 1991 e o tricampeonado Brasileiro em 1991. Logo após, conquista o bicampeonato da Copa Libertadores da América em 1992 e 1993 e o bicampeonato Mundial Interclubes também em 1992 e 1993. O São Paulo conquistou ainda o Paulista de 1992, a Supercopa de 1993, as Recopas Sul-Americanas de 1993 e 1994, a Copa Conmebol de 1994, a Copa Master da Conmebol de 1996 e o Paulista de 1998.[25]
Homenagem recebida da Federação Paulista de Futebol e do presidente Lula pela conquista do tricampeonato mundial. (Imagem: Ricardo Stuckert/PR)
Com as conquistas do Campeonato Paulista de 2000 e do Rio-São Paulo de 2001 o time parecia engrenado, mas foi somente com uma reformulação no elenco[19] que o time conquistou, em 2005, o Campeonato Paulista, a Libertadores da América e novamente o mundo.[25] Após essa conquista o desmanche no elenco foi inevitável.[27]
Durante os anos de 2006, 2007 e 2008 o clube tentou a conquista da América e do mundo novamente, mas sem sucesso.[28] Coube então ao time se esforçar para a conquista do inédito tricampeonato brasileiro de 2006, 2007 e 2008.[28]

Símbolos

O Tricolor Paulista teve, ao longo de sua história, o mesmo nome, as mesmas cores, o mesmo escudo, o mesmo uniforme e a mesma bandeira.[29]
Os fundadores do São Paulo Futebol Clube queriam um nome, cores e formas que representassem suas vontades como esportistas. Para isso, foi retirado o vermelho do C.A. Paulistano, o preto da A.A. das Palmeiras e o branco de ambos, simbolizando a união dos times em um outro, maior. Assim nasciam as três cores do clube.[20]
Já o escudo e os uniformes do São Paulo Futebol Clube foram desenhados pelo estilista alemão Walter Ostrich,,[30] simpatizante do novo clube em formação, com a colaboração de Firmiano de Moraes Pinto, um dos presentes à fundação.[19]

Escudo

Estrelas localizadas acima do escudo do clube. (Imagem: tales.ebner)
De acordo com o estatuto do clube, o símbolo do Tricolor Paulista é formado por um triângulo isósceles branco, invertido, com base maior elevada por um retângulo com altura igual à metade da lateral do referido triângulo. Dentro dessa parte alongada encontra-se outro retângulo, de cor preta, com as iniciais SPFC em branco. No interior do triângulo uma faixa branca de largura igual a um quarto da lateral menor com dois triângulos escalenos, um vermelho à esquerda e outro preto, à direita.[29]
As estrelas foram introduzidas posteriormente e também tem um significado especial. As duas douradas, introduzidas no escudo em 1955 e, posteriormente, no uniforme em 1997, representam os recordes mundiais e olímpicos conquistados por Adhemar Ferreira da Silva nas Olimpíadas de 1952 em Helsinque e nos Jogos Pan-Americanos de 1955 no México.[29]
Já as três estrelas vermelhas, ao centro, introduzidas em 2000, representam o tricampeonato Mundial conquistado no Japão, nos anos de 1992, 1993 e 2005.[29]
Pelo estatuto não são permitidas inclusões de títulos considerados de menor importância. Campeonatos continentais, nacionais, estaduais ou amistosos jamais poderão ser representados por estrelas.

Uniformes

Origem do uniforme do São Paulo — à esquerda o uniforme do C.A. Paulistano e à direita o uniforme da A.A. das Palmeiras, resultando no uniforme utilizado desde 1930. (Imagem: tales.ebner)
Primeiro time do São Paulo. O uniforme é o mesmo até hoje.
De acordo com o estatuto do São Paulo Futebol Clube, os uniformes tem que ser produzidos de acordo com as normas pré-estabelecidas. É permitida apenas a aplicação de patches nas mangas enquanto o clube detiver o título de determinado campeonato ou por algum outro motivo especial.[29]
Além das mudanças estéticas, houve a mudança na própria estrutura e tecido do uniforme. Até a década de 1970 os uniformes eram produzidos em algodão puro, o calção chegava a ser, por vezes, de brim e os meiões eram amarrados à canela para não caírem. Somente no final dos anos 1970 é que começou a ser usada uma mescla de fibras para, em 1986, o poliéster ser incorporado ao material das camisas juntamente ao algodão. Com isso as camisas ficaram mais leves e não encharcavam como as antigas. Somente no meio da década de 1990 é que o tecido 100% poliéster começou a ser utilizado. Em 2000 surgiram as primeiras camisas que retinham menos suor e com alta capacidade de evaporação. Atualmente os materiais dos uniformes continuam evoluindo com novas composições de tramas para proporcionar aos jogadores a melhor condição de jogo.[31]
Uniforme titular
O uniforme titular é composto de camisa branca com três faixas horizontais à altura do peito sendo a primeira vermelha seguidas pela branca e pela preta. As faixas vermelha e preta devem ter cinco centímetros de largura e a branca deve ter largura igual a 2,5 centímetros. O escudo cobre inteiramente as faixas. Esse uniforme é a mistura perfeita dos clubes que deram origem ao Tricolor do Morumbi, o C.A. Paulistano e a A.A. das Palmeiras uma vez que o primeiro possuía uma faixa vermelha e o segundo uma preta no uniforme. O calção e as meias são igualmente brancas.[29][32]
Adriano com a segunda camisa do clube. (Imagem: Junior Faria)
Uniforme reserva
Já o uniforme reserva é composto alternadamente por faixas vermelhas, brancas, pretas e novamente brancas, todas verticais. Na altura do coração encontra-se o escudo do clube. As faixas vermelhas e pretas possuem 4,5 centímetros de largura e as brancas tem largura de 1,5 centímetros. O calção e as meias são pretas.[29][32]
O uniforme padrão do São Paulo possui diversos tipos de combinações, sempre mesclando partes do uniforme principal com partes do uniforme reserva. Dessa maneira cumpre-se a rigorosa norma da FIFA — de meados dos anos 1990 — de diferenciação de todas as partes das vestimentas dos times em uma partida.[33]
Uniforme alternativo
O uniforme alternativo, conhecido também como terceiro uniforme, não é permitido pelo estatuto do clube. O que não impediu o clube de produzi-los em épocas distintas — 1944, 1966, 1984, 1985 e 2000 —, mas sempre com vida curta (alguns chegaram a ser utilizados em apenas uma partida). Já ocorreu de ser criado um terceiro e um quarto uniformes praticamente iguais aos oficiais porém com pequenas mudanças, tal qual uma gola alusiva aos anos 1980 para a disputa de jogos da Copa Libertadores da América de 2007.[34]
A partir de 2008 a Reebok pretende lançar a cada ano uma "Camisa Oficial da Torcida Tricolor", uma espécie de terceiro uniforme que não entrará em campo em partidas oficiais servindo para vendas à torcida. A primeira camisa desse tipo foi chamada de "Torcida Black"[35] — uma camisa preta com uma listra vertical vermelha e uma branca à esquerda —, já a segunda camisa desse tipo a ser produzida foi inspirada no terceiro uniforme que o time usou em 1966.[36]

Uniformes de jogo

  • 1º - Camisa branca com faixas, uma vermelha e outra preta, calção e meias brancas;
  • 2º - Camisa listrada em vermelho, branco e preto, calção e meias pretas.
Cores do Time Cores do Time Cores do Time
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Primeiro Uniforme
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Segundo Uniforme

Uniformes de goleiro

  • Camisa branca, calção vermelho e meias brancas;
  • Camisa laranja, calção preto e meias laranjas;
  • Camisa preta, calção e meias pretas.
Cores do Time Cores do Time Cores do Time
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Uniformes de treino

  • Camisa amarela, calção e meias amarelas;
  • Camisa preta, calção e meias pretas.
Cores do Time Cores do Time Cores do Time
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Patrocinadores

Principais
Apenas em janeiro de 1982 é que o Conselho Nacional de Desportos passou a permitir patrocínios em camisas de clubes de futebol, porém apenas para partidas no exterior.[37] Ainda no mesmo ano o patrocínio estampado na camisa acabou permitido para jogos em território nacional, dessa maneira o São Paulo ostentou a Cofap como patrocinadora do time na final do Campenato Paulista de 1982.[38]
A LG Electronics teve sua marca exposta na frente e atrás da camisa até 15 de janeiro de 2010[39] com valores próximos a 18 milhões de reais anuais — contanto o aditamento do contrato anterior no valor de 16 milhões mais a atualização monetária pelo IGP-M[40][41] —, o que o credenciava a um dos maiores contratos de patrocínio do Brasil em 2009.
Secundários
O São Paulo fechou um contrato em torno de 3 milhões de reais anuais[42] no dia 6 de julho de 2009 com a LG Display para as mangas da camisa que estampará o nome de uma tecnologia da marca, o In-Plane Switching.[43] Esse contrato encerrou-se no dia 28 de fevereiro de 2010[39].
Além do patrocinador principal e das mangas, o clube tricolor mantém alguns outros contratos de valores mais baixos. Entre eles estão Volkswagen, Aché, FEMSA, TAM, Habib's e Life Fitness. Além disso, possui diversas parcerias para alavancar recursos para o clube e que incluem, além da Volkswagen e Aché, a Applebee's e a ABIH que rendem ao clube cerca de 20 milhões de reais anuais.[44]
Estátua de São Paulo em frente à basílica de São Pedro no Vaticano. (Imagem: Ang Mo Kio)
Fornecedores de material esportivo
Desde 1981 — com a Le Coq Sportif — o São Paulo estampa o logotipo de seu fornecedor de material esportivo na camisa. Em 2006 a Reebok fez seu primeiro contrato de patrocínio com o São Paulo, que perduraria até 2008. Porém ainda em 2007 renovou seu contrato até 2010 com valores de 15 milhões de reais por ano. Sendo que o valor total, incluindo royalties, luvas e prêmios, chega aos 21 milhões anuais sendo 18 milhões em dinheiro, o maior contrato de material esportivo do Brasil.[45][46]

Mascote

Representação do Santo Paulo, mascote do clube. (Imagem: tales.ebner)
Ver página anexa: Lista de mascotes de futebol
Até hoje o São Paulo Futebol Clube teve apenas um mascote, que ficou marcada em sua história. Criada na década de 1940 por um cartunista do jornal A Gazeta Esportiva, a imagem do santo agradou a todos os são-paulinos permanecendo até hoje como mascote oficial do clube[29] e pelo fato do verdadeiro São Paulo ter morrido com aproximadamente 60 anos, é representada por um velhinho de barba branca.[47] É chamada de "Santo" Paulo para não confundir com o nome do clube.[48]

Hino

O hino do São Paulo Futebol Clube — composto por Porfírio da Paz em 1935 e oficializado em 1942 — passou por diversas alterações até chegar à atual estrutura.[49]
A criação do hino foi um tanto quanto atípica e comovente. Porfírio da Paz em 1935, à época tenente da Força Pública e farmacêutico, acabara de ser informado que perderia sua casa por falta de pagamento e por conta do nervosismo, cantarolava uma canção entoando o nome do clube do qual era apaixonado. Mais tarde e mais calmo, pôs no papel a letra que viria a ser o hino do São Paulo Futebol Clube.[50][51]
Quase tudo que recebia ia para o clube. Quando fui avisado da perda da casa, fiquei desolado. Andava de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Mas o amor pelo São Paulo foi maior e, ao invés de desistir, comecei a cantarolar: 'Salve o tricolor paulista' e compus o hino do clube. Foi cantando o hino que eu e minha família deixamos nossa casa.
 
No lançamento do hino em 1942 e contando com diversos segmentos esportivos, Porfírio apresentou o então hino do clube. Mas uma das estrofes em particular, a sétima, causou certas interpretações errôneas. Ela continha a rima «Do Palmeiras também trazes» em referência à A.A. das Palmeiras, clube este que se fundiu ao Paulistano para formar o Tricolor Paulista. Porém o Palestra Itália havia alterado seu nome para Palmeiras o que fez gerar toda uma confusão.[49]
Porfírio então substituiu a palavra "Palmeiras" pela palavra "Floresta", região onde se localizava o São Paulo e muitos outros clubes da época ficando, pois, «Da Floresta também trazes». Por não haver uma ligação estreita com o clube, Porfírio viu-se obrigado a remodelar totalmente a estrofe. Deixando a sétima estrofe do hino da maneira como a conhecemos hoje. O estribilho também fora mudado acrescentando-se o advérbio "já".[49]
Depois de mudado quase que por completo, no dia 29 de abril de 1966, Porfírio pediu licença em uma reunião no Egrégio Conselho Deliberativo para que pudesse cantar o hino definitivo do clube. Aproveitou a ocasião para também doar todos os direitos autorais ao Tricolor do Morumbi.[4